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  • quarta-feira, 29 de maio de 2013

    AVALIAÇÃO ESPÍRITA SOBRE O MATRIMÔNIO


     Jorge Hessen
    http://aluznamente.com.br


    Recente estudo publicado no Journal of Research in Personality afirma que a vida de casado pode não ser muito boa, contudo  permanecer solteiro tende a ser pior. Stevie Yap, da Universidade Estadual de Michigan, coordenador da pesquisa, expõe que as pessoas que se casam acercam-se da “felicidade” nos primeiros anos da experiência matrimonial, porém, com o advir dos anos, essa “felicidade” arrefece um pouco. O estudo sinaliza que o casamento não torna necessariamente a pessoa mais feliz, comparando com a vida de solteiro, porém resguarda a “felicidade” conquistada na vida a dois.
    O casamento, “de acordo com as leis naturais, proporciona o avanço social”. (1) Há, segundo Stevie, “um vínculo de longo prazo entre o casamento e a felicidade, isso equivale afirmar que o casamento é bom e faz muito bem”. (2) Por outro lado, compreendemos que, se há casamentos edificados pelos laços espirituais, existem consórcios sedimentados tão somente sob os liames materiais. Obviamente, “as famílias vinculadas espiritualmente são mais felizes se fortalecem pelo burilamento e se perpetuam no além-túmulo; mas, as famílias tecidas apenas pelas junções físicas são frágeis e se extinguem com o tempo e muitas vezes se dissipam moralmente, já na existência atual”. (3)
    Vivemos hoje a era do alheamento, do estar solitário e das uniões descartáveis, e isso tem provocado a desestrutura familiar. Estamos sob o jugo da alienação em massa. Nessa conjuntura as pessoas permanecem ausentes aos fatos modernos que as cercam; são tolhidas emocionalmente de maior concentração ou sensibilidade social; creem ser desnecessário qualquer tipo de exercício mental ou espiritual; regozijam-se em direcionar todos os esforços de suas vidas ao lazer, prazer e entretenimento. Convivem ou sobrevivem da substituição do Ser pelo Ter. A necessidade de espiritualização é sobrepujada pelo vício em diversão. Os entretenimentos giram quase sempre em torno de erotismos, violência e banalidades.
    Em razão desse cenário, paira grande ameaça sobre a estabilidade familiar, e quando a família é ameaçada, por qualquer razão, a sociedade perde a direção da paz. A dialética materialista, os hodiernos conceitos e promoções sensualistas, têm investido contra a organização familiar, dilacerando o matrimônio (monogamia) e sugerindo o amor livre (poligamia promíscua).
    Há os que veem no cônjuge um verdadeiro teste de paciência, pois os seus santos não se cruzam. Sob o cometimento das aparências alguns casais que acreditavam amarem-se loucamente, quando são obrigados a viver com as pessoas “amadas”, não tardam a reconhecer que isso não era senão um “amor” físico e fugaz.
    Quando os valores cristãos perdem significado, aguçamos o egoísmo e esfacelamos a felicidade. Muitos casamentos podem ser classificados de “acidentais” - por efeito de atração momentânea, precipitada e sem qualquer ascendente espiritual; ou casamentos “provacionais”, isto é, reencontro de almas para reajustes; Matrimônios “sacrificiais”, quando há união de espíritos iluminados com seres moralmente primitivos, com o objetivo de redimi-las; Existem os casórios “afins”, onde há encontros de almas amigas e, embora raríssimos, existem os casamentos “transcendentes”, quando há o reencontro de almas que se buscam para realizações eternas.
    Mas a maioria esmagadora de casais na Terra é composta de forçados sob algemas. No casamento, quando um dos consortes ruma para a relação extraconjugal, a tarefa é de batalha e prantos intensos; entretanto, ainda assim, no sacrifício sentimental, a pessoa traída cresce e se ilumina. Obviamente, os infiéis não escaparão das situações infelizes dos endividamentos sentimentais rebaixados de maneira injusta, que invariavelmente resgatarão em momento inevitável, parcela a parcela, pelo dispositivo dos princípios de causa e efeito.
    O processo de educação do Ser para a Divindade tem sua base na Lei da Reencarnação e no trabalho incessante”. (4) Há uniões que, no início, parecem não dever jamais ser simpáticas, e quando um e outro se conhecem bem e se estudam bem, acabam por se amar com um amor terno e durável, porque repousa sobre a afinidade moral! Em verdade, é o Espírito que ama e não o corpo, e, quando a ilusão material se dissipa, o Espírito vê a realidade. Seria admissível casais que se conheceram e se amaram no passado (re)encontrarem-se noutra existência corporal e reconhecerem-se?
    Garantem os Benfeitores que não! Mas podem sentir-se atraídas. E, “frequentemente, diversa não é a causa de íntimas ligações fundadas em sincera afeição. Dois seres se aproximam devido a circunstâncias aparentemente fortuitas, mas que na realidade resultam da atração de dois Espíritos, que se buscam reciprocamente por entre a multidão.". (5)
    Enfim, no casamento temos a base dos reflexos aprazíveis ou aborrecíveis que o passado nos restitui. E não é demais lembrar que o matrimônio não existe para a exaltação egoística da parentela humana, mas para ser uma instituição abençoada onde, quase sempre, demanda-se a renúncia e o sacrifício de uma existência inteira.

    Referências bibliográficas:
    (1)    Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro, Ed. FEB 2000, perg 695
    (2)    Disponível no portal http://revistaplaneta.terra.com.br/secao/comportamento/casamento-bom acessado em 25/05/2013
    (3)    Kardec, Allan. O Evangelhop Segundo o Espiritismo,  Cap. XIV - Item 8, Rio de Janeiro: Ed. FEB 2000
    (4)    Xavier, Francisco Cândido. Voltei, ditado pelo espírito "Irmão Jacob" (pseudônimo de Frederico Figner), Rio de Janeiro, 1a. edição, Conceitos de uma cartilha preparatória pag 102  ed. FEB, 1949
    (5)    Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro, Ed. FEB 2000, perg 386

    segunda-feira, 20 de maio de 2013

    JESUS É O CARDÁPIO DE VIRTUDES PARA TODOS OS ESPÍRITAS



    Jorge Hessen
    http://aluznamente.com.br

    Propaga-se colericamente nos meios de comunicação, mormente na Internet, e temos recebido diariamente mensagens  enfurecidas de condenações contra Chico Xavier, Divaldo Franco, Emmanuel, André Luiz, Joanna de Angelis,  FEB. Evoca-se com “tosse comprida” o imperativo do CUEE – Controle Universal dos Ensinos dos Espíritos. Tais iracundos juízes (maníacos antirrustenistas, antifebianos) impugnam a legitimidade dos temas abordados por Emmanuel, André Luiz, Joana de Angelis e outros tendo em vista as suas mensagens serem advindas de um único médium. Pasmem!  Os “cautelosos espíritas” vociferam citações do tipo, “não acolhemos nada fora da Codificação”. Hasteiam a flâmula de “Phd’s” do espiritismo (com minúsculas mesmo!), ou seja: certamente “kardequeologistas” com pós-graduação nas universidades das regiões subcrostais ou submundo do além.
    Ora, que alcance teriam os ditados de André Luiz, Joanna de Angelis ou Emmanuel, com suas revelações, se elas fossem contraditadas, tanto pelos Benfeitores, quanto pela liderança espírita mundial? O bom senso nos convida a raciocinar o seguinte:  se um Espírito assegura um conceito de um lado, enquanto milhões de pessoas dizem o contrário algures, a presunção da verdade não pode estar com aquele  (encarnado ou desencarnado), cuja opinião é única, contrariando as demais. Isso é elementar, meu caro Watson! Como diria Sherlock Holmes(1).
    Todas as pretensões isoladas cairão pela força das coisas, ante o grande e poderoso criterium de controle universal. Ora, pretender ser o único a ter razão, contra todos, seria tão ilógico advindo de um Espírito, quanto da parte de um encarnado, o que não é o caso em discussão, ou seja, não sucede rejeição na Terra das obras do Chico Xavier ou do Divaldo. Em verdade as mensagens de André Luiz, Emmanuel, Joanna não caíram e nunca desmoronarão ante o movimento espírita mundial.
    No auge do desvario, recriam o Controle Universal dos Espíritos e, para tais diplomados, essa é a única forma de se aceitar, com boa margem de segurança, os ensinamentos provenientes, sobretudo, das obras de Chico Xavier. (!?) Por que essa prevenção contra o “Maior Brasileiro da História”?
    Recheiam suas fanfarrices dizendo que apesar de o Espiritismo ter sido introduzido no país por membros da “aristocracia dominante”, no século XIX, houve, desde o início, forte junção da Doutrina com as religiões, principalmente, a umbanda e o catolicismo. Para os pós-graduados das cerrações, tanto os livros psicografados pelo Chico Xavier, quanto os do Divaldo Franco oferecem mensagens que nada adicionam e, até, contradizem o Espiritismo.  Empapados de fértil imaginação e reduzidos de raciocínio, dizem que todo o processo mediúnico do extraordinário médium mineiro foi plasmado por um “misticismo” católico, que, imediatamente, os diretores da Federação Espírita Brasileira (FEB) aproveitaram. Com tal misticismo, vislumbraram um meio de divulgar um Espiritismo que fosse aceito pela sociedade brasileira que, então, era católica em sua esmagadora maioria.
    O que está escamoteado, sob essa necrotizante altercação, é, nada mais, nada menos, o aspecto , digamos, “religioso” do Espiritismo coordenado pela FEB e tonificado pelo “Mineiro do Século”  na sua prática mediúnica. Tais  vítimas da obsessão carecem decididamente entender que a concepção do Espiritismo como um convite à prática do Evangelho é , no mínimo, abarcar o Espiritismo na sua mais evidente missão.
    A frequência com que tal discussão tem acontecido, no âmbito do movimento espírita, é azucrinante e  cansativa , estéril e alienante. Para os  tantãs, a postura religiosa , Xavieriana, tem um estilo cerceador sobre o desenvolvimento do Espiritismo, enquanto filosofia.(!?) Meus Deus! Quanto pitiatismo!
    Tais “progressistas” regurgitam que é urgente fugir do “Jesus Católico”, do religiosismo, do igrejismo enraizados nos centros espíritas. É preciso transformá-los em academias de kardequilogistas diplomados. Oh! Irrisão!
    É necessário que o visgo da insensatez desgrude da mente desses progressistas de coisa nenhuma e recordá-los que o Espiritismo sem Jesus pode alcançar as mais extravagantes expressões acadêmicas, porém não passará de atividade fadada a decompor-se, desintegrar-se, como todas as usurpações filosóficas da Terra. Engulam ou não, Jesus Cristo é o magnífico cardápio de virtudes para todos os espíritas. Nada se compara ao excelso amor que o Cristo dispensa à Humanidade. Não temos parâmetros para ajuizarmos a Sua ingente autoridade para a Terceira Revelação, até porque a Sua transcendente culminância se perde na tenebrosa neblina indevassável dos bilhões de anos de Seu labor.
    Jorge Hessen
    http://aluznamente.com.br
    Nota:


    (1)          Personagem de ficção da literatura britânica criado pelo médico e escritor Sir Arthur Conan Doyle